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CARAVANA DA
ANISTIA HOMENAGEIA ESTUDANTES PRESOS EM IBIÚNA (SP) |
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COMISSÃO DE ANISTIA 09/10/08 A
Comissão de Anistia do Ministério da Justiça promove nesta sexta-feira (10), O
objetivo do projeto é contribuir para uma formação histórica, humana e
política, especialmente da juventude, e para o exercício de novas formas de
democracia e cidadania. Em
seguida, a Comissão julgará seis processos de cidadãos que eram estudante e
participaram do Congresso, sendo perseguidos políticos em função de sua
militância. São eles: Américo
Antônio Flores Nicolatti - Aluno de direito da Universidade Mackenzie (SP),
foi preso em 1968 durante o Congresso de Ibiúna. Nicolatti
teve sua matricula suspensa e apenas em 1988, com a nova Constituição, pôde
retomar os estudos. José
Miguel Martins Veloso – Foi
estudante de matemática da Universidade de São Paulo (USP), era líder
estudantil e foi preso no Congresso de Ibiúna. Informa que seu apartamento
foi invadido pela polícia, e seus colegas presos. Exilou-se no Chile, onde
concluiu sua graduação na Universidade Técnica do Estado. Luiz
Felipe Ratton Mascarenhas - Pertenceu à Ordem dos Frades Dominicanos entre
1965 e 1972, tendo residido no convento com Frei Betto
e Frei Ivo. Aluno de filosofia na USP à época dos fatos,
foi preso durante o Congresso de Ibiúna e entrou para a
clandestinidade. Exilou-se no Chile com o recrudescimento da perseguição aos
Dominicanos. Darci
Gil de Oliveira Boschiero - Cursava psicologia e filosofia na USP. Foi
torturada em 1969 após ser presa pela polícia e levada para a OBAN (Operação Bandeirantes). Viveu na clandestinidade no
Recife. Depois, exilou-se na Argentina e no Peru, ao final, mudou-se para
França, com status de refugiada. Teve sua prisão preventiva decretada no
Brasil, mesmo após a promulgação da Lei de Anistia, em 1979, motivo pelo qual
pôde retornar ao Brasil em 1985, após quase 15 anos de exílio. João
Mauro Boschiero – Marido de Darci Gil de Oliveira Boschiero.
Era estudante de Engenharia da USP e militante da Aliança Nacional
Libertadora (ALN), foi preso e torturado pela polícia na OBAN (Operação Bandeirantes). Viveu na clandestinidade no Recife
e refugiou-se na Venezuela. Só voltou ao Brasil em 1985, pois sua mulher teve
a prisão preventiva decretada, mesmo após a Lei de Anistia de 1979, quando
residiam juntos, como exilados, em território francês. Comissão
pretende finalizar trabalhos em 2010 A
Comissão de Anistia do Ministério da Justiça foi criada em 2001, por medida
provisória do então presidente Fernando Henrique Cardoso, transformada em lei
em 2002. O órgão analisa os requerimentos de pessoas que informam terem sido
perseguidas pelo Estado brasileiro entre 1946 e 1988. Se deferido o pedido, o
requerente recebe a declaração de anistiado político, podendo receber
igualmente reparação econômica. Cerca de 62 mil processos foram protocolados desde então. Destes, 38 mil já
foram apreciados e em 25 foi reconhecida a perseguição do Estado e declarada a anistia. Foi concedida reparação econômica em
aproximadamente 10 mil casos. A Comissão tem por meta finalizar seus
trabalhos de julgamento até o ano de 2010. |